Fim de semana cultural movimenta a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano
- MUNA NISS

- 3 de dez.
- 6 min de leitura

SÉRIE LITERÁRIA | Lygia Fagundes Telles & Gustave Flaubert, com Luciana Araújo Marques e Samuel Titan Jr. | 06 de dezembro, sábado, das 10h30 às 13h30
O último Série Literária de 2025 da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano combina uma grandiosa autora brasileira, cuja produção concentra-se principalmente na segunda metade do século XX - Lygia Fagundes Telles, e um autor francês, incontornável prosador do século XIX, Gustave Flaubert. Lygia Fagundes Telles nasceu em 1918, em São Paulo, e morreu em 2022, também na capital paulista. Gustave Flaubert nasceu em 1821, em Rouen, na França, e morreu em 1880, em Croisset.
No encontro, o público poderá escutar a respeito das obras ‘Ciranda de pedra’ e ‘Madame Bovary’, e de ‘Seminário dos ratos’ e ‘Três contos’, a partir das perspectivas de dois estudiosos: Luciana Araújo Marques e Samuel Titan Jr. Araújo Marques ocupa um lugar de destaque no mercado editorial e na crítica literária, com vários artigos e resenhas publicadas; e Titan Jr., além do reconhecimento acadêmico como professor da USP, é um dos tradutores de Flaubert para o português.
Com uma produção publicada em vida ao longo de sete décadas, Lygia Fagundes Telles é um dos grandes nomes da literatura contemporânea brasileira. Foi eleita para a Academia Brasileira de Letras em 1985 e em 2005 recebeu o Prêmio Camões, o mais importante da literatura de língua portuguesa. Teve obras adaptadas para cinema, teatro e televisão. “Na minha palestra Feitas de tempo: visitação às criaturas de Lygia Fagundes Telles, irei focar na observação das diferentes temporalidades com as quais a escritora trabalha em seus contos, romances e confissões, sobretudo a conjugação entre o tempo histórico ou, de uma época, por assim dizer, e os fluxos das horas mais íntimas que não se localizam em calendários. Nesse sentido, as criaturas são tanto as personagens de Lygia, mas também tudo aquilo de que são feitas literariamente: memórias, esquecimentos, instantes, eternidade, assim como do próprio tempo expandido pelo terror e pelos mistérios oriundos do mais comezinho da vida privada, jamais apartados de contextos sociais e políticos”, explica Luciana Araujo Marques.
LUCIANA ARAÚJO MARQUES é escritora, mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada (USP) e doutora em Teoria e História Literária (Unicamp). Seus artigos e resenhas podem ser lidos em periódicos como Folha de S. Paulo, O Globo, O Estado de Minas, Valor Econômico, Suplemento Pernambuco, revistas Cult e Quatro Cinco Um, além de livros como Pelo sertão, o Brasil e Protocolos críticos – editado a partir da seleção do Rumos Itaú Cultural (2007-2008) em crítica literária. Foi colunista da Revista Pessoa. Publicou na plaquete Quelônio Solto #3 (2017) o trecho Asfalto, de sua ficção Daqui escuto a BR, em andamento. Compõe a equipe editorial da Fundação Bienal de São Paulo, tendo atuado em outras editoras como Cosac Naify e Estação Liberdade. Ministra cursos livres em espaços como Lugar de Ler e Escrevedeira.
SAMUEL TITAN JR. é professor de literatura comparada na USP, editor e tradutor, entre outros, de Três contos, de Gustave Flaubert [em parceria com Milton Hatoum], e O Spleen de Paris, de Charles Baudelaire.

SÉRIE HISTÓRIA DO BRASIL | “D. Pedro II: entre o mecenato e a patronage”, com Maurício Vicente Ferreira Jr. | 07 de dezembro, domingo, das 11h às 13h
Em dezembro de 1825, há duzentos anos, nasceu d. Pedro II, o primeiro brasileiro a governar a nossa nação. No ano de seu bicentenário, em 2025, a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano realizou uma série de encontros a respeito de diversos aspectos da sua biografia. Cada encontro trouxe um convidado especial, tanto do Brasil quanto de Portugal, apresentando ao público várias das facetas do imperador, que governou o país durante quase 50 anos e fez parte de um processo de transformação da identidade nacional. Além de se interessar e trazer para o Brasil algumas das maiores novidades da ciência e tecnologia de sua época, d. Pedro II também foi responsável por divulgar a imagem do país no exterior, durante suas diversas viagens pelo mundo.
No último encontro da série, o diretor do Museu Imperial de Petrópolis (RJ), Maurício Vicente Ferreira Jr, irá palestrar sobre o patronato e o mecenato no âmbito do segundo reinado do Brasil.
“O primeiro aspecto a ser considerado na contribuição da minha palestra é o da celebração do encontro de dois conjuntos documentais reconhecidos pela UNESCO com o status de Patrimônio Documental da Humanidade: ‘Documentos relativos às viagens do imperador D. Pedro II pelo Brasil e pelo mundo: 1840-1891' e ‘Antonio Carlos Gomes: compositor de dois mundos’, que foram inscritos no Registro Internacional do Programa Memória do Mundo em 2013 e 2017, respectivamente”, explica Ferreira Jr.
“A comparação do conteúdo dos dois conjuntos documentais propõe uma reflexão sobre o patronato no âmbito do Segundo Reinado, tendo o imperador d. Pedro II como ponto de referência para duas modalidades distintas, embora não excludentes: o mecenato e a patronage. A eleição de dois músicos que se beneficiaram do patronato imperial permite problematizar ambas as trajetórias em busca da compreensão de suas diferenças e semelhanças. Assim, a relação de Henrique Oswald e Antônio Carlos Gomes com o imperador e patrono d. Pedro II constituirá, no espaço da reflexão, o entendimento de um fenômeno amplo, e ainda pouco estudado entre nós”, conclui o diretor do Museu Imperial de Petrópolis.
MAURÍCIO VICENTE FERREIRA JR. é diretor do Museu Imperial de Petrópolis (RJ) e professor de História na Universidade Católica de Petrópolis. Sócio titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e do Instituto Histórico de Petrópolis (IHP), é membro da Academia Petropolitana de Educação, da Comissão de Arte Sacra e Liturgia da Diocese de Petrópolis, do Conselho Internacional de Museus (ICOM), do Conselho Consultivo do Museu Paulista (MP-USP) e do Conselho Consultivo do IHGB. Atualmente, representa o Brasil no Comitê Regional para a América Latina e o Caribe do Programa Memória do Mundo da Unesco - MoWLAC.
SERVIÇO
SÉRIE LITERÁRIA - “Vamos falar de Lygia Fagundes Telles & Gustave Flaubert”
10h30: Feitas de tempo: visitação às criaturas de Lygia Fagundes Telles, com Luciana Araújo Marques
12h: Gustave Flaubert, com Samuel Titan Jr.
06 dezembro, sábado, das 10h30 às 13h30
Ingressos à venda on-line, pelo Sympla. R$100.
SÉRIE HISTÓRIA DO BRASIL - “D. Pedro II: entre o mecenato e a patronage”, com Maurício Vicente Ferreira Júnior
07 de dezembro, domingo, das 11h às 13h
Ingressos à venda on-line, pelo Sympla. R$100.
Reservas pelo telefone: (11) 37420077
Fundação Maria Luisa e Oscar Americano - Av. Morumbi, 4077 - São Paulo
Funcionamento: Terça a domingo, das 10h às 17h30. Valet no local (R$25,00).
Mais informações: https://www.fundacaooscaramericano.org.br/
ATÉ MARÇO DE 2026
1. Exposição “D. Pedro II, 200 anos – O homem revisto por documentos inéditos”
No ano de comemoração do bicentenário do segundo imperador do Brasil, a mostra “D. Pedro II, 200 anos – O homem revisto por documentos inéditos” apresenta ao público peças raras e pouco conhecidas que fazem parte do acervo da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano; com curadoria de Paulo Rezzutti e da pesquisadora Cláudia Thomé Witte. Além disso, é apresentado ao público diários de d. Pedro II, que evidenciam, por meio de anotações e desenhos, suas impressões, viagens e pensamentos a respeito do Brasil”. A exposição ficará aberta ao público até março de 2026.
2. Exposição “Otavio Augusto Teixeira Mendes - Patrimônio do Paisagismo Brasileiro”
Com curadoria de Cássia Mariano e em parceria com o Arquivo Histórico Municipal de São Paulo, a mostra apresenta ao público, pela primeira vez, os desenhos originais dos projetos paisagísticos do Parque Ibirapuera e do Parque Estadual da Cantareira, ambos desenvolvidos pelo arquiteto paisagista Otavio Augusto Teixeira Mendes e localizados em São Paulo.
3. Exposição “Cosme e Damião - diversidade e coexistência”
Com curadoria de Rafael Schunk, a mostra apresenta, por meio de peças centenárias, os gêmeos médicos que em diferentes tradições religiosas ocupam um lugar especial na coexistência religiosa. Composta por aproximadamente 200 obras – vindas da coleção de São Cosme e São Damião do acervo de Ludmilla Pomerantzeff, uma das mais importantes do Brasil dedicada à temática, com peças dos séculos XVIII e XIX oriundas da Europa, Ásia e Nordeste brasileiro, somadas aos empréstimos de esculturas africanas e de um ícone ortodoxo da Coleção Ivani e Jorge Yunes. O público poderá encontrar imagens de arte sacra erudita e popular, exaltando as nossas origens mestiças e o sincretismo religioso.
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